BORBOLETE-SE/ Matéria Inspiradora.

Quando a Asa Rasga, Ainda é Possível Voar?

por Daniela Cracel

Nem toda borboleta nasce pronta. Algumas precisam de tempo no escuro. Outras carregam marcas de um casulo apertado demais, ou de um mundo que não soube esperar seu desabrochar.

Há quem acredite que para voar é preciso estar inteira.

Mas o Borbolete-se te convida a outra verdade:

Às vezes, é com a asa rasgada que a mulher encontra sua rota mais bonita.

Porque ela não voa para impressionar.

Ela voa para se lembrar de quem é.

Voar não é sinônimo de performance.

É um ato íntimo de fé.

É dizer sim ao dia depois do choro.

É fazer café mesmo sem vontade.

É pôr o pé no chão, ainda que o coração esteja esfarelado.

Voar é, muitas vezes, um gesto de resistência amorosa.

Quantas vezes você sentiu que não dava mais?

Que não tinha mais beleza, nem graça, nem cor?

Pois saiba:

O casulo pode doer.

Mas ele também é útero.

É nele que as partes quebradas se costuram em silêncio.

É no escuro que a nova versão de si mesma começa a tomar forma.

Essa matéria é pra você, que tem se sentido esgotada, confusa, desacreditada.

Pra você que já tentou ser forte o tempo todo — e cansou.

Pra você que se pergunta se ainda dá tempo.

Dá. Sempre dá.

Mas primeiro… respire.

Pouse.

Se acolha.

Reconheça que até as borboletas têm dias em que só querem ficar quietas nas folhas.

No Borbolete-se, acreditamos em voos reais.

Em asas sujas de terra.

Em beleza despenteada.

Em mulheres que tropeçam, mas continuam dançando — do seu jeito, no seu tempo.

Pílula para hoje:

Escreva uma carta para a sua asa cansada.

Não cobre que ela voe.

Apenas diga que está tudo bem descansar.

Música para curar o casulo:

“Weightless” – Marconi Union

(Feche os olhos e deixe sua alma flutuar um pouco.)

Frase de voo:

"Você não precisa estar inteira para ser digna de amor. Só precisa estar viva."

E se a sua asa estiver machucada… venha.

O Borbolete-se é abrigo.

É pouso.

É recomeço.

É você se lembrando da mulher que nasceu pra ser.