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Caso Paola Oliveira e os padrões de beleza.

Foto do escritor: Daniela CracelDaniela Cracel

O Caso Paola Oliveira e os padrões de beleza.


Por Daniela Cracel



Nos últimos anos, a sociedade tem sido cada vez mais desafiada a refletir sobre os padrões de beleza impostos às mulheres. Em um mundo onde a estética se tornou um fator determinante na avaliação do valor de uma pessoa, as críticas, comparações e a pressão para atender a esses padrões se tornaram uma constante na vida de muitas mulheres. O recente ensaio de Paola Oliveira na praia, publicado por uma revista online, é um exemplo claro dessa dinâmica. Ao lado de elogios, surgiram muitas críticas, levantando a questão: por que a simples liberdade de uma mulher de se mostrar como é provoca tantas reações?


O Impacto dos Padrões de Beleza


Os padrões de beleza são construções sociais e culturais que definem um ideal de corpo, rosto e comportamento para homens e, principalmente, para mulheres. Ao longo dos anos, esses padrões se tornaram cada vez mais rígidos e, muitas vezes, inatingíveis. O caso de Paola Oliveira ilustra perfeitamente essa realidade: em seu ensaio, a atriz exibe seu corpo de maneira confiante e natural, mas, ao mesmo tempo, se vê alvo de inúmeras comparações e críticas sobre seu físico, sua idade e suas escolhas.


Como Miriam Goldenberg explica em O Corpo Como Capital (2013), a sociedade muitas vezes impõe um "capital corporal" que valoriza a juventude e um corpo em conformidade com ideais estéticos estreitos, desconsiderando a pluralidade de corpos e vivências. Em um cenário como esse, qualquer tentativa de quebrar esses padrões pode gerar desconforto, e as mulheres se tornam alvo de julgamentos, como ocorreu com Paola.


O que esses padrões de beleza dizem sobre o ser humano? Em muitos casos, eles falam sobre a superficialidade com que somos avaliados. Ao invés de valorizarmos as qualidades interiores, como inteligência, empatia e resiliência, a sociedade tende a focar em características externas, muitas vezes irrelevantes para o verdadeiro caráter de uma pessoa. A pressão por ter um corpo perfeito, uma pele impecável e uma imagem que atenda aos critérios de "beleza padrão" é um reflexo de uma cultura consumista, que busca sempre vender um ideal inatingível, ao mesmo tempo em que coloca em risco a saúde mental e emocional das mulheres, como observa Daniela Cracel em seus estudos sobre a psicologia da imagem corporal (2018).


A Reação às Imagens de Paola Oliveira


Quando Paola Oliveira compartilhou seu ensaio fotográfico na praia, a imagem de uma mulher madura e confortável com seu corpo, sem se prender aos padrões de uma juventude eterna, gerou controvérsias. Enquanto muitos a elogiaram pela autenticidade e confiança, outros questionaram a "adequação" do corpo de uma mulher de 42 anos para esse tipo de ensaio. Essas reações são uma prova de que os padrões estéticos muitas vezes desconsideram a individualidade e as particularidades de cada ser humano. O corpo de Paola, como o de qualquer mulher, carrega suas próprias histórias, mudanças naturais e transformações, que deveriam ser respeitadas e celebradas.


Em Corpo e Autoestima (2018), Cristiane Tavares fala sobre como a sociedade frequentemente cria expectativas irreais em relação aos corpos femininos, levando as mulheres a se sentirem inadequadas ou insatisfeitas consigo mesmas. Paola, ao optar por exibir seu corpo sem medo do julgamento, nos lembra da importância da liberdade de expressão e da aceitação do próprio corpo, independentemente das críticas externas.


O Que Precisamos Aprender


A verdadeira lição que podemos tirar desse tipo de situação é sobre a importância da aceitação. Precisamos aprender a valorizar as diferenças e a respeitar a diversidade de corpos, idades e estilos. Em vez de ver o corpo de uma mulher como um objeto a ser moldado para se encaixar em um padrão específico, devemos reconhecê-lo como uma expressão única de quem ela é. Celebrar essa individualidade é um passo fundamental para desmantelar os ideais estéticos opressivos que geram inseguranças e crises de autoestima.


Marina Vasconcellos, em A Beleza da Diversidade (2020), argumenta que a celebração da diversidade corporal é um passo essencial para que as mulheres se libertem da pressão por atender aos padrões estéticos impostos pela sociedade. Ao enfatizar a importância da autoestima e da autenticidade, ela sugere que a aceitação da própria imagem é crucial para o bem-estar psicológico das mulheres.


Especialistas afirmam que a chave para superar essa crise de identidade está em ressignificar a beleza e aprender a enxergar o ser humano de uma forma mais integral, sem reduzir seu valor ao corpo ou à aparência. Precisamos compreender que a verdadeira beleza está na autenticidade, na confiança e na liberdade de ser quem somos, sem medo de sermos julgadas. O exemplo de Paola Oliveira pode servir como uma inspiração para muitas mulheres que se sentem pressionadas a seguir um padrão de perfeição irreais.


Conclusão


Os padrões de beleza não falam sobre a essência do ser humano; eles são um reflexo de uma sociedade que ainda precisa aprender a valorizar a pluralidade. O exemplo de Paola Oliveira nos mostra que a verdadeira beleza está na aceitação de si mesma, na coragem de se mostrar como se é, sem medo de julgamento. Em vez de continuar a alimentar comparações que só geram frustração, é hora de repensar o que significa ser "perfeita" e buscar uma visão mais inclusiva e saudável do corpo e da imagem feminina.


O que precisamos aprender, portanto, é a amar nossas imperfeições, a respeitar os corpos das outras mulheres e, principalmente, a entender que a beleza não é um padrão, mas sim uma experiência única e pessoal de cada indivíduo. É hora de reverter essa crise e construir uma sociedade onde as mulheres possam se mostrar como realmente são, sem medo de falatórios ou críticas destrutivas.


Bibliografia


1. Goldenberg, Miriam. O Corpo Como Capital: O Que a Mulher Precisa Saber Sobre o Corpo, a Vida e o Mundo (2013). Rio de Janeiro: Editora Objetiva


2. JAGGAR, Alison M.; BORDO, Susan R. Gênero, corpo, conhecimento. São Paulo: Editora Unesp, 1997.


  1. SILVA, Ana Flávia de Sousa; LIMA, Taiane Freitas;

    JAPUR, Camila Cremonezi; GRACIA-ARNAIZ, Mabel; PENAFORTE, Fernanda Rodrigues Oliveira. “A magreza como normal, o normal como gordo”: reflexões sobre corpo e padrões de beleza contemporâneos. 2025. Reflexão & Ação, v. 6, n. 4, p. 3296. Disponível em: https://doi.org/10.18554/refacs.v6i4.3296. Acesso em: 25 jan. 2018.

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