Você é livre ...Mas cuida de quem toca ?
- Daniela Cracel
- 16 de mai.
- 2 min de leitura
Você é livre… mas cuida de quem toca?
Por Daniela Cracel – Psicóloga, escritora e criadora do método Borbolete-se

Vivemos tempos de voos.
Tempos em que a liberdade virou palavra de ordem, bandeira de independência e desculpa para desaparecer.
"Eu não quero me prender."
"Sou livre para sentir o que quiser."
"Não te devo nada, deixei claro desde o início."
Frases modernas, mas muitas vezes carregadas de descuido.
Porque não é sobre dever.
É sobre humanidade.
A liberdade afetiva — tão necessária, tão linda — não pode ser confundida com negligência emocional.
Estamos criando um mundo onde é permitido se apaixonar e sumir no dia seguinte.
Onde o outro que se envolve é visto como “carente”.
Onde vulnerabilidade virou sinônimo de fraqueza e não de coragem.
Mas eu te pergunto:
Você sabe o que deixa no outro quando vai embora?
Você já pensou no que suas palavras causaram naquele corpo que acreditou, naquela alma que abriu brecha para o amor entrar?
Liberdade sem responsabilidade afetiva é como brincar com fósforos em uma floresta seca.
Bonito até o fogo acender.
Depois, sobra só destruição.
A nova ética do cuidado
Cuidar do outro não é se anular.
É reconhecer que todo encontro gera impacto.
Que dizer “eu gosto de você” e depois silenciar pode ser um tipo de violência.
Responsabilidade afetiva é:
– Não alimentar expectativas que você não quer sustentar.
– Ser honesto sem ser cruel.
– Entender que o outro não é um enfeite da sua experiência de vida.
– Ter coragem de falar sobre seus limites com presença, não com fuga.
Não se trata de se prender a alguém.
Mas de entender que todo vínculo carrega potência de dor e de cura.
E que somos responsáveis pelo que despertamos, mesmo sem prometer nada.
No Borbolete-se, aprendemos a voar sem ferir.
A amar sem prometer prisão.
A dizer “não quero mais” com delicadeza e verdade.
Porque o fim de algo bonito não precisa ser traumático.
A liberdade verdadeira é aquela que respeita o território emocional que habita temporariamente.
Se você já foi ferida por alguém “livre”, ou se teme machucar alguém com sua busca por autonomia, deixa seu comentário.
Vamos conversar.
Vamos cuidar.
Vamos borboletear.
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