Adultizaçao infantil: quando o grito das redes expõe uma ferida coletiva.
- Daniela Cracel
- 22 de ago.
- 2 min de leitura
Adultização Infantil: quando o grito das redes expõe uma ferida coletiva:
“Felca gritou, mas precisamos escutar: a adultização infantil é uma ferida coletiva que exige ação de pais, escolas e sociedade.”

✍️ Por Daniela Cracel – Psicóloga e Neuropsicóloga
Na noite de ontem, participei de uma live ao lado de Taty Hiss, do PodCalcinhasPodcast, para falar sobre um tema que precisa sair das sombras: a adultização infantil. O encontro, transmitido ao vivo, foi marcado por acolhimento, reflexões profundas e um diálogo direto com pais e educadores.
O assunto ganhou ainda mais urgência após o “grito” do influenciador Felca, que denunciou a exposição de Hitalo nas redes. O episódio trouxe à tona camadas dolorosas sobre a forma como a infância tem sido encurtada em nome de curtidas, engajamento e expectativas sociais.
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O que está em jogo quando a infância é roubada?
Adultizar uma criança não é sinônimo de amadurecer antes do tempo. É retirar etapas fundamentais do desenvolvimento emocional, social e simbólico. É empurrar responsabilidades, estéticas e comportamentos que pertencem ao universo adulto para corpos e mentes ainda em formação.
As consequências aparecem cedo: ansiedade, erotização precoce, baixa autoestima, dificuldade de lidar com frustrações e, muitas vezes, uma vida adulta marcada por feridas emocionais que poderiam ter sido evitadas.
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A responsabilidade é de todos nós
Durante a live, reforçamos um ponto essencial: ninguém educa uma criança sozinho. Família, escola, comunidade e até mesmo a legislação precisam estar alinhados para proteger o direito inegociável de brincar, aprender no tempo certo e construir referências seguras.
A neuropsicologia aponta que, quando há ruptura dessas etapas, o cérebro da criança busca “atalhos emocionais” que não sustentam o amadurecimento saudável. O resultado pode ser um adulto com lacunas de identidade e dificuldade em estabelecer vínculos equilibrados.
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Sororidade como caminho
Outro destaque da conversa foi a importância da união feminina. O patriarcado historicamente ensinou mulheres a competirem entre si, mas quando nos fortalecemos juntas, criamos uma rede de proteção real. Isso vale para a vida adulta e também para a infância — afinal, proteger as crianças é também um ato de resistência ao sistema que insiste em acelerar etapas e controlar corpos.
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Um chamado à reflexão
A live com Taty Hiss não foi apenas um bate-papo. Foi um convite para olhar para nossas práticas cotidianas:
Que tipo de conteúdo deixamos as crianças consumirem?
Como estamos lidando com a exposição da infância nas redes sociais?
Estamos atentos aos sinais de ansiedade e pressão precoce em nossos filhos e alunos?
O grito que ecoou nas redes precisa se transformar em diálogo dentro das casas, escolas e comunidades. Porque cuidar da infância é cuidar do futuro de todos nós.
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