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Entre o desejo e o medo : a autoestima, o corpo e a sexualidade da mulher real.

  • Foto do escritor: Daniela Cracel
    Daniela Cracel
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura

Entre o desejo e o medo: a autoestima, o corpo e a sexualidade da mulher real


Por Daniela Cracel — Psicóloga, especialista em Neuropsicologia e Relacionamento


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Se existe um território onde a mulher moderna ainda trava batalhas invisíveis, esse território é o próprio corpo.


Atrás de fotos filtradas, discursos prontos sobre empoderamento e frases de efeito, existe uma realidade silenciosa: a de mulheres que, mesmo livres, ainda pedem permissão para desejar.


A cultura gritou por décadas que ser boa era ser contida.


A religião ensinou que ser pura era não sentir.


A família repetiu que ser mulher era não incomodar.

Hoje, o discurso muda.


Mas a programação emocional continua dentro de muitas.


E então nasce o conflito:


Como ser livre se o corpo ainda tem medo de existir?


A mulher que se esconde para não ser julgada


Ela posta, brilha, sorri e trabalha.


Mas quando a luz apaga, enfrenta:

  • insegurança diante do espelho

  • medo de ser desejada

  • receio de expressar desejo

  • vergonha do próprio prazer

  • dúvida sobre merecer afeto

  • dificuldade em soltar o controle para sentir


O mundo diz “ame-se”

O corpo responde “e se eu não sou suficiente?”

Não é falta de autoestima.

É condicionamento emocional.


🧠 Quando o cérebro aprende a se vigiar


A neuropsicologia explica:


O cérebro feminino, exposto por anos a mensagens de risco — julgamento, punição, comparação — ativa um sistema de vigilância interna.


O resultado?


  • travamento afetivo

  • ansiedade sexual

  • hiperautocrítica

  • perfeccionismo corporal

  • desconexão do prazer

O corpo não relaxa para sentir.


Ele se prepara para se proteger.

E prazer não nasce no controle — nasce na entrega.


🌹 Sexualidade como cura, não como performance


Ser mulher sensual não é ser objeto.

É ser corpo vivo.

Pele que sabe.

Respiração que sente.


Prazer como presença, não como espetáculo.


Mulheres estão aprendendo que sexualidade não é exposição — é conexão.


E que liberdade não é gritar para fora.


É poder respirar para dentro.


💍 Casamentos saudáveis x casamentos silenciosamente disfuncionais


A sexualidade revela verdades que o discurso omite.

Nos relacionamentos saudáveis, existe:


  • afeto + desejo

  • diálogo + honestidade emocional

  • espaço para vulnerabilidade

  • prazer como troca

  • limites claros e respeito


Nos disfuncionais, pode haver:


  • silêncio emocional

  • culpa feminina

  • sexo como dever ou moeda

  • medo de desagradar

  • falta de intimidade real

Muitas mulheres ainda confundem lealdade com abandono de si.

A cura começa quando ela pergunta:


"Quem sou eu quando não estou ocupada em agradar?"


A mulher que volta para o próprio corpo


Quando uma mulher:


  • olha para si com gentileza

  • sente sem pedir desculpas

  • ocupa espaço sem encolher o peito

  • deseja sem se justificar

  • diz “eu quero” sem medo

ela não está se perdendo.


Ela está voltando para casa.

A sexualidade saudável não é libertinagem.


É libertação emocional

O prazer que cura não grita.

Ele acorda devagar, como quem diz:

“Você pode existir inteira aqui.”

E quando uma mulher se escolhe, o mundo treme —

não de ameaça, mas de verdade.


 
 
 

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