Birra ou Excesso de telas?
- Daniela Cracel
- há 5 dias
- 2 min de leitura
Birra ou Excesso de Telas?
O que seu filho pode estar tentando dizer (sem palavras)
Por Daniela Cracel –
Psicóloga, mãe, mulher, humana.

Eles choram, gritam, se jogam no chão.E a gente, exausta, entre trabalho, e-mails e panela no fogo, suspira fundo e pensa: “Mais uma birra…”
Mas... e se não for só isso?
Vivemos tempos acelerados. Estamos tão ocupadas cuidando de tudo – da casa, dos prazos, da saúde emocional da família – que delegar para a tela parece inofensivo. Afinal, ela entretém, acalma, ajuda. Mas como tudo que silencia sem escutar, também anestesia o que não devia ser calado: o pedido por presença.
Birra não é só comportamento. É linguagem.
Quando seu filho “birra”, ele não está contra você. Ele está com alguma coisa dentro dele que não consegue entender – e que precisa de você para nomear. Pode ser cansaço, fome, excesso de estímulo… ou simplesmente a dor de não se sentir visto.
E aí entra a tela.
Ela ocupa espaço. Distrai, embriaga. Mas não acolhe.A curto prazo, parece solução. A longo prazo, vira vício emocional – para a criança e para o adulto.
Estamos terceirizando o afeto.E a birra vira o último recurso para dizer: “Ei! Eu ainda estou aqui!”
Como reequilibrar essa balança?
1. Observe antes de reagir. O que aconteceu antes da birra? Qual foi o contexto?
2. Dê nome às emoções. “Você está bravo porque queria mais tempo no tablet?”
3. Presença de qualidade > tempo em quantidade. 10 minutos de conexão real podem evitar 40 minutos de crise.
4. Reduza telas com afeto, não com punição. Convide para algo gostoso: uma massinha, um desenho juntos, uma caminhada.
5. Cuide da sua própria exaustão. Mãe descansada escuta melhor. Mulher cuidada educa com mais leveza.
Frase para refletir:
"A birra é a fala embargada de uma criança que ainda não sabe explicar o que sente, mas implora por ser compreendida."
Se tocou você, compartilhe com outra mãe.Talvez ela esteja tentando entender o mesmo choro.
@psicologadanielacracel
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