Conviver com um narcisista: o adestramento invisível.
- Daniela Cracel
- 5 de set.
- 2 min de leitura
Conviver com alguém narcisista é como estar num palco em que o outro sempre quer o papel principal.
Por Daniela Cracel

Eles têm uma forma sutil — e às vezes brutal — de nos moldar. Criam um adestramento: testam nossos limites, alternam entre afeto e frieza, elogio e desprezo. Aos poucos, nos treinam para responder como eles querem.
Mas existe também o outro lado desse espelho: o nosso próprio adestramento.
Sem perceber, passamos a andar em ovos, a medir palavras, a nos calar para evitar conflitos. Criamos um radar interno para adivinhar seus humores e nos adaptamos antes mesmo de sermos cobrados. É um aprendizado de sobrevivência, mas que vai apagando a nossa cor, a nossa voz, a nossa essência.
O perigo é acreditar que isso é normal. Não é.
É uma armadilha que nos faz confundir amor com medo, cuidado com submissão, presença com controle.
Como quebrar esse ciclo? 🌿
1. Nomeie o que acontece. Dar nome ao jogo é começar a desmontá-lo.
2. Crie limites. Não se trata de gritar, mas de afirmar: “aqui é meu espaço, aqui eu me protejo”.
3. Reforce sua autonomia. Lembre-se todos os dias de quem você é, do que gosta, do que acredita.
4. Desfaça o adestramento interno. Pergunte a si mesma: “Estou fazendo isso por amor ou por medo da reação dele(a)?”
5. Busque apoio. Ninguém sai desse ciclo sozinha. Terapia, amizades verdadeiras, espiritualidade — tudo isso pode ser asas para voar.
Conviver com um narcisista é como viver sob um chicote invisível.
Mas a borboleta não nasceu para o picadeiro, nasceu para o voo.
Borbolete-se: recuse a gaiola, desfaça o adestramento, reencontre o seu movimento livre.





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