top of page
Buscar

Os Lutos que carregamos - Adeuses visíveis e invisíveis.

  • Foto do escritor: Daniela Cracel
    Daniela Cracel
  • 23 de jul.
  • 2 min de leitura

Os Lutos que Carregamos – Adeuses Visíveis e Invisíveis


Por Daniela Cracel


ree

A morte de Preta Gil, nesta semana, atravessou o país como um corte aberto na pele da cultura, da arte, da resistência.

Uma mulher preta, artista, mãe, filha, amiga, que não silenciou sua dor, nem mesmo nos momentos mais vulneráveis.

Ela viveu seus lutos à luz do dia — o luto da saúde, da desilusão amorosa, da perda do corpo como antes se conhecia — e mesmo assim cantou.

Mesmo assim dançou. Mesmo assim sorriu.


Mas há outros lutos que ninguém aplaude, que não ganham manchetes, que não se vestem de preto.

Lutos silenciosos. Invisíveis. Persistentes.

Lutos de mulheres que caminham inteiras por fora e despedaçadas por dentro.


Luto não é só morte.

É fim. É ausência. É despedida de algo que fez morada.

É o abraço que não se dá mais.

É a voz que não se ouve.

É a versão de nós que não voltará.


O luto de uma mãe que vê o filho crescer e, com ele, partir.

O luto de uma mulher que sai de uma relação, mas leva anos para se livrar das correntes invisíveis.

O luto de quem se despede de um trabalho, de uma amizade, de um lar.

Ou da própria juventude que já não retorna no espelho.


No Borbolete-se, este será nosso tema:

Os Lutos que Carregamos – Adeuses Visíveis e Invisíveis.

Vamos abrir espaço para todos os lutos — até os que não ousamos nomear.


É possível sofrer por alguém vivo.

Por alguém que escolheu partir ou que a vida nos obrigou a soltar.

É possível sofrer por não sermos mais quem éramos.

E ainda assim seguir.


Neste encontro, vamos acolher essas dores que moram no fundo da alma.

Com poesia. Com respeito. Com escuta.


Vamos escrever cartas de despedida.

Rasgar os papéis que já não nos representam.

Colar as partes que merecem permanecer.

E quem sabe, deixar uma borboleta preta sair das mãos como um símbolo:

de que mesmo do luto, pode nascer um voo.



---


Você já viveu um luto invisível?

Compartilha com a gente.

Talvez o seu adeus inspire o recomeço de alguém.


 
 
 

Comentários


bottom of page