Patadas, fora e amor: o que as mães aprendem na adolescência dos filhos.
- Daniela Cracel
- há 4 dias
- 2 min de leitura
Patadas, fora e amor: o que as mães aprendem na adolescência dos filhos
Por Daniela Cracel – Psicóloga, Neuropsicóloga e mãe de adolescente

“Tudo o que eu falo, eu tomo uma patada.” A confissão da atriz Fernanda Rodrigues, ao falar da relação com a filha adolescente, poderia ter sido dita por tantas outras mães. Ela chamou de “patada” o que, na verdade, é aquele fora ríspido, inesperado, que machuca – mas que também traduz a intensidade dessa fase.
A neuropsicologia nos ajuda a compreender: o cérebro do adolescente ainda está em construção. O córtex pré-frontal, responsável pelo controle dos impulsos e pela empatia, só amadurece por volta dos 25 anos. Até lá, quem domina muitas vezes é a amígdala, o cérebro emocional, que reage sem filtro.
Por isso, as respostas atravessadas não são falta de amor, mas resultado de uma reorganização neurológica e hormonal.
É nesse ponto que a maternidade pede coragem: ser mãe antes de ser amiga. Porque amizade é cumplicidade, mas a função materna é sustentação.
O adolescente precisa da mãe como porto seguro: aquela que acolhe, mas também impõe limites; que erra e pede desculpas, mas que nunca abandona o lugar de referência.
O relato de Fernanda não é apenas íntimo, é coletivo. Ele humaniza a maternidade, quebra o mito da mãe perfeita e revela que até as mães mais amorosas precisam atravessar as tempestades do crescimento.
E aqui falo não só como psicóloga, mas como mãe de adolescente: tantas vezes recebo também as “patadas” da vida doméstica. Tantas vezes sinto a necessidade de me reinventar, de respirar fundo, de escolher a calma, de segurar meu lugar sem me perder de mim. É nesse espaço de vulnerabilidade que descobrimos a força de continuar educando sem romper o vínculo.
Ser mãe de adolescente é, no fundo, um convite a crescer junto. É aprender que a dor do fora pode ser ponte, que a paciência é músculo, que a calma é escolha, e que o amor é sempre o fio invisível que, apesar de tudo, nos mantém ligadas.
Perfeito 🌸! Então deixo apenas o apoio no final da sua coluna, de forma delicada:
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