Presença paterna molda o cérebro infantil, revela a neurolopsicologia
- Daniela Cracel
- 16 de set.
- 2 min de leitura
Presença paterna molda o cérebro infantil, revela a neuropsicologia
Estudos apontam que o envolvimento do pai fortalece funções cognitivas, autoestima e equilíbrio emocional das crianças
Por Daniela Cracel

A ciência confirma o que muitas famílias já intuíram: a presença do pai na vida da criança não é apenas simbólica, mas exerce um papel direto no desenvolvimento do cérebro e no equilíbrio emocional.
Pesquisas em neuropsicologia têm mostrado que crianças que contam com um pai envolvido apresentam melhor desempenho em áreas como atenção, memória, linguagem e funções executivas – aquelas responsáveis por planejar, organizar e controlar impulsos.
Segundo estudos internacionais, o envolvimento paterno está associado a maior capacidade de autorregulação, autoestima mais sólida e menor risco de problemas de comportamento.
Na prática, isso significa que a rotina aparentemente simples de brincar, ajudar nas tarefas escolares ou contar histórias antes de dormir contribui para fortalecer circuitos cerebrais ligados ao aprendizado e à saúde mental.
Especialistas reforçam que o impacto vai além da cognição. “A presença do pai atua como um eixo regulador do desenvolvimento. Crianças com vínculos paternos próximos mostram não apenas maior equilíbrio emocional, mas também mais confiança para explorar o mundo”, afirma a psicóloga e pesquisadora Darby Saxbe, da University of Southern California, em estudo publicado em 2024.
Por outro lado, a ausência paterna tem efeitos mensuráveis: crianças privadas dessa referência apresentam maior vulnerabilidade a quadros de ansiedade, depressão e dificuldades escolares.
Em muitos casos, a busca por validação se transfere para vínculos externos, o que pode gerar comportamentos de risco na adolescência.
No Brasil, cresce a discussão sobre políticas de incentivo à participação paterna, como a ampliação da licença-paternidade e programas de orientação parental.
A neuropsicologia alerta: o pai não é um “coadjuvante”, mas parte ativa no desenvolvimento integral do filho.
Em um cenário social em que se discute cada vez mais os papéis de gênero, o dado é inequívoco: um pai presente não diminui a força materna, mas amplia a rede de apoio e contribui para a saúde emocional da criança.
O cuidado compartilhado fortalece não só os vínculos familiares, mas também a sociedade como um todo.
📚 Bibliografia
Saxbe, D. et al. Brain study identifies a cost of caregiving for new fathers. University of Southern California, 2024.
Cimino, S. et al. Fathers as Key Figures Shaping the Foundations of Early Development. Children (MDPI), 2024.
Puglisi, N. et al. Father involvement and emotion regulation during early childhood. Frontiers in Psychology, 2024.





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