Dia do Trabalhador - Muito Além do Cansaço!
- Daniela Cracel
- 1 de mai.
- 2 min de leitura
Dia do Trabalhador – muito além do cansaço
Por Daniela Cracel

1º de maio. Para muitos, é um feriado. Para outros, uma pausa que nunca chega. Mas, por trás desse dia, existe suor, grito, resistência. O Dia do Trabalhador não nasceu como homenagem, e sim como lembrança de dor: em 1886, em Chicago, trabalhadores iniciaram greves pedindo o que hoje parece básico – uma jornada de 8 horas. Foram perseguidos, mortos, silenciados. Mas a semente foi plantada.
Esse dia é, antes de tudo, um lembrete: nada do que parece óbvio foi fácil de conquistar. Cada direito é fruto de luta. De corpos que se levantaram contra a exploração.
No método Borbolete-se, o trabalho também é visto sob outra lente: ele molda nossa identidade, revela feridas, repete padrões. O quanto você trabalha para viver... ou vive para trabalhar? O quanto seu trabalho tem seu nome, sua voz, seu ritmo?
E para mulheres e homens, esse dia pode ter significados diferentes.
Para os homens, historicamente, o trabalho foi símbolo de poder, honra, sustento. Uma medida do seu valor social. Mas também uma prisão emocional. Homens foram ensinados a trabalhar para calar, para esquecer a dor, para não chorar. Quantos ainda confundem sucesso com exaustão?
Para as mulheres, o trabalho foi conquista. E também cansaço dobrado. Lutaram para estar no mercado, mas nunca saíram da cozinha. Ainda hoje, muitas acumulam três jornadas: trabalho formal, cuidado da casa, e autocobrança estética. Ser mulher trabalhadora é um ato político diário. É dizer: eu posso, mas não quero tudo sozinha.
Então que tal transformar esse dia?
Que ele seja não só de pausa, mas de pergunta: Esse trabalho me honra? Me respeita? Me representa?
Que seja dia de lembrar: você não é o que produz. Você é o que sente. O que sonha. O que se permite.
No Borbolete-se, trabalhamos para libertar. Para não carregar mais o peso de ser útil a qualquer custo. Para que o corpo e a alma tenham direito a descanso. E voo.
Porque ser trabalhador, hoje, é também aprender a ser inteiro.
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